Quinta-Feira Santa

07/09/2011 10:58

  “Porque este dia é diferente dos outros... Este é o dia da ALIANÇA!”

                                 

            Jesus, neste dia, institui uma aliança com sua Igreja: Seu corpo e seu sangue estarão sempre acessíveis a nós do qual nunca nos separaremos Dele.

            Neste dia celebramos a festa da Instituição da eucaristia por Jesus Cristo, para a nossa salvação. Formando uma aliança de Deus para conosco, fazendo-nos assim em comunhão com o divino, o corpo e sangue de Cristo que nos alimentam a cada missa é celebrado hoje. “Este é meu corpo... Este é meu sangue... Fazei isto em memória de mim!”

            Não é de se estranhar que no dia da Última Ceia, irrompa profundo júbilo na liturgia. Chama-se este dia deQuinta-Feira Santa.

            Ninguém estranhará que a celebração da ceia eucarística se realize, neste dia, na parte da tarde. Em cada Igreja celebra-se apenas uma só Eucaristia. Nenhum sacerdote celebra sozinho, mas todos participam da única celebração.

            Seguem-se normalmente a missa- os Ritos Iniciais (neste dia canta-se o hino de louvor) e logo após a Liturgia da Palavra e assim por diante. Como evangelho, a narrativa do lava-pés (Jo 13, 1-15). Este é, como vimos, uma única e grandiosa alusão á eucaristia. Na liturgia, segue-se então, imediatamente, o cumprimento literal do “mandatum” de Jesus, isto é, da sua ordem figurada: “... assim também vós deveis lavar-vos os pés uns dos outros”. Após a homilia, procede-se ao lava-pés- O celebrante lava os pés das doze pessoas escolhidas. O côro canta: Ubi caritas et amor, Deus ibi est! (mesma melodia e estrofes de “Onde o amor e a caridade...”), ou outro canto apropriado como “Jesus erguendo-se da ceia...” (CD Tríduo Pascal I, Faixas 8 e 6).

            Na oração introdutória à consagração, acrescenta-se, depois de palavras: ‘’... na véspera de sua paixão”, a explicação “Isto é, hoje”. Na liturgia de cada grande festa, encontramos sempre este vocabulário: “hoje”. Como isso é significativo! Emite que nos percamos em sonhos sobre o acontecimento passado: o ato salvífico que celebramos está presente no meio de nós e em nós. Como é santa a liturgia! Esta parte da Liturgia Eucarística deve ser celebrada sublimemente. Na comunhão pode-se entoar: Hoje é festa, diz o povo... ou Eu quis comer esta ceia agora... (CD Tríduo Pascal I). Após a missa, acontece o Rito da Translação do Santíssimo Sacramento.

                                            

            Há cristãos que, depois da celebração litúrgica, desejam, em silêncio, aprofundar-se na agonia de Jesus no horto das oliveiras. Pois, esta é a noite em que ele falou a seus amigos: “Não podeis então, vigiar uma hora comigo?”Não se faz essa oração de uma hora, para ficar mais feliz e sentir-se mais devoto, mas só para estar junto do Senhor e para vigiar com ele de qualquer forma. Mesmo se alguém não conseguir formar outro pensamento, a não ser este:Como é incômodo ficar de joelhos”, pode haver amor e união com ele. Não importam os sentimentos, mas, sim, a presença perseverante.

            Este dia que nos mostra quão grande humildade de Jesus para com seus discípulos, deixa-nos a mensagem de que não é o mestre maior que o servo, nossa glória deve basear-se somente na nossa salvação, na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. São duas linhas que andam traçando-se nesta celebração solene: A última ceia instituída por Cristo, e o ato de lavar os pés de seus seguidores: Partilhar o pão uns com os outros, prestar-se aqueles que se acham inferiores perante a nós- eis a lição que o Senhor nos deixa neste dia para praticarmos em sua memória. A festa da Páscoa, rito entre os judeus para comemorar a libertação do Egito, torna-se agora um símbolo de aliança: O cálice da nova aliança entre o próprio Cristo e seu povo, seus sacerdotes, é hoje erguido por todos nós como nos mandou, principalmente neste dia próprio onde é celebrado.