Cristo, Rei do Universo

01/03/2010 14:45

 

  No último domingo do ano litúrgico, a festa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, ou 34º Domingo do Tempo Comum, coroa a liturgia da igreja na pessoa de Cristo e fecha um ciclo para entrar em outro : O ciclo do Natal. O Cristo que nasceu, morreu e ressuscitou, pregou e anunciou o reino de Deus, por milagres, parábolas e sinais, é hoje coroado pelo desfecho de sua caminhada terrestre para que seja novamente renovada, no ano que se aproxima. O Cristo pois, nunca deixa de caminhar conosco, suas atitudes estão sempre presentes no hoje e no agora, em tempo real, através da liturgia. Cristo ontem, hoje e sempre! Após cumprir sua missão com êxito, a igreja peregrina busca nestes modos reconhecer seu amor por nós e lançamos a ele a coroa dos homens, principalmente dos que não merecem, daqueles que tem maior poder na sociedade, no país e no mundo; nós os descoroamos para coroar o único soberano cujo poder é absoluto. Também os humildes, aqueles que carregam a coroa da justiça, banham-se da graça de Deus e ofertam à Cristo suas coroas de humildade, bondade e graça: "Os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava sentado sobre o trono, e adoravam o que vive para todo o sempre; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas." (Ap. 4, 10-11). O cordeiro imolado, merece a glória a honra e o louvor, que sejam-lhes dada hoje e sempre. Tomemos isso como base para a preparação da celebração.

O Cristo não veio para tomar este mundo como seu reino, mas para preparar-nos, seus súditos, para seu reino já construído no céu, como responde a Pilatos que pergunta se na verdade Ele é o Rei dos judeus: “Meu Reino não é deste mundo. Se meu Reino fosse deste mundo, meus súditos teriam combatido para que não fosse entregue aos judeus. Mas meu Reino não é daqui” (Jo 18, 36).Jesus não é o Rei de um mundo de medo, mentira e pecado, Ele é o Rei do Reino de Deus, o reino mais buscado por nós cristãos, onde haverá descanso eterno, para nós, que apesar de não merecê-lo, procuramos merecer. Através de seus ensinamentos e conseqüentemente de parábolas, nós podemos ter um gostinho do que é este reino de paz e de amor, do que podemos fazer para merecê-lo e como funciona. Felizes sejam os pobres em espírito, as crianças, porque deles é este reino: "E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus." (  Mt 5:1-12  ). "Em verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de Deus como criança, não entrará nele." (Lc. 18,17). "E, se o teu olho te escandalizar, lança-o fora; melhor é para ti entrares no reino de Deus com um só olho do que, tendo dois olhos, ser lançado no fogo do inferno;" (Mc.9, 47). "Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade, te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus." (Jo 3,3). O filho do homem, lançará a pá e colherá as boas plantações para si e lançará aquelas que não produzem frutos de fé, amor e  de caridade no fogo que não se apaga, no dia em que só o Pai sabe: No dia final. Dele os tempos e os milênios, a ele os séculos sem fim.
   O Alfa e Ômega, o princípio e o fim, consede-nos a missão de espalhar-nos este reino e salvar-nos almas na grande colheita, evangelizando aos pobres e pequeninos deste mundo, para quando o filho do homem vier em sua segunda vez, estejamos bem preparados e de coração limpo, pois a sentença foi dada, e o dia se aproxima: "Mas, daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai.
Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo. É como se um homem, partindo para fora da terra, deixasse a sua casa, e desse autoridade aos seus servos, e a cada um a sua obra, e mandasse ao porteiro que vigiasse. Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã. Para que, vindo de improviso, não vos acheis dormindo. E, as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai." (Mc 13, 32-37) Sentinela, irmãos! A construção do Reino de Deus começa desde já. Destaque-se pois, o profeta João Batista, no anúncio deste reino. Em Apocalipse, não podemos deixar de notar a divindade em que virá o nosso Deus, que em primeira vinda fez-se criança nos mais humildes lugares, no mais humilde berço, agora desce entre as nuvens: "Eis que vem com as nuvens, e todos os olhos o verão, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele. Sim. Amém! Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há-de vir, o Todo-Poderoso."(Ap1, 7-8). Coroemos pois, com nossas ações e atitudes, nosso Salvador!
 
Sugestões para a celebração
Esta celebração, não apenas coroa o Cristo como também exerce a missão que nos foi confiada: Vigiai e orai, evangelizai, pois só o pai sabe a hora. Levando em conta estes argumentos devemos prepará-la de modo que façamos nascer novos súditos para este Reino, e isto requer um bom preparo desde a acolhida até a ornamentação do ambiente. Destacar  e lembrar profetas, dentre eles João, que anunciaram este reino, as crianças e a assembléia peregrina e pobre de coração, que herdarão-no. Usufruir de palmeiras, símbolo da vitória, na preparação do ambiente, levando em conta também, a aclamação a Cristo em sua entrada à Jerusalém: Hosana ao filho de Davi! Rei de Israel! Bendito o que vem em nome do Senhor! Branco, glória, creio, prefácio próprio- ofício da solenidade. A vitória de Cristo seja também a base de toda esta liturgia, e um reino de paz e amor que ele veio anunciar. O canto de entrada: O Senhor vai falar-nos de paz (CD Liturgia VII, faixa 20), conforme recomendado pela Paulus e não deixar de esquecer de acolher a todos solenimente animando-os e onde for possível, marcando-os na fronte ao entrar na igreja, reino terrestre de Deus.