Domingo de Ramos

05/03/2010 17:52

Leia na bíblia: Marcos 11, 1-10.

            Neste domingo onde se inicia a semana santa, no qual celebraremos a páscoa do Senhor, contemplamos a entrada triunfante de Cristo em Jerusalém, aclamado rei. O gesto de aproximação de Deus feito homem para com seus filhos não inclui um reino terrestre, onde o rei tem tudo a seu domínio, inclusive as pessoas, mas iniciar na terra um reino de amor, onde este dando frutos, continuará nos céus, o verdadeiro e único reino, do qual somos herdeiros. Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas o meu reino não é daqui ( João 18, 36).

            E para mostrar que um reino não só estabelece-se na riqueza e no poder, Jesus entrou em Jerusalém num jumentinho, gesto este de humildade profunda, de quem não faz questão de poder, de quem é a favor da liberdade, de quem doaria a vida pelos seus. Muitos estenderam seus mantos pelo caminho (no qual significa um apelo de “passa Senhor por cima de nós, faz o que quiseres, não sujai vossos pés com a terra em que pisamos, deixa-nos preparar o teu caminho”), outros espalharam ramos que haviam apanhado nos campos ( símbolo de vitória e de conquista, acolhimento ao mais alto grau,  esperança de libertação). Concluímos que esta passagem também trata-se de uma epifania (manifestação de Cristo), ao ser acolhido por todos como filho de Davi, rei de Israel, aquele que vem em nome do Senhor. A aclamação a Cristo nestes tons, devia-se aos sinais que o mesmo já mostrara, andando, pregando, fazendo milagres e mostrando sinais.

                      

            O povo “cobrava” que Jesus estabelecesse na terra seu reino, pois como filho de Deus, eles acreditavam que seria um período de guerra, onde o próprio Deus dominaria tirando com as próprias mãos os poderosos e estabelecendo-se como uma nova autoridade, que por esta vez,uma autoridade de poderes supremos, que tudo possui e tudo domina, vendo que esta não era a missão de Jesus, os mesmos o condenaram. Olhando a imagem de Jesus, vem-se uma certa decepção ao ver um pobre homem, sem poder nenhum e sem tropas para guerrear; aquele que é só humildade e amor. O povo não se conformava enquanto a “justiça” (entendida por eles de um modo errado, “vingança”) não fosse feita. Porém justiça para Deus é salvação, e esta se cumpriu com êxito. É por isso que algumas religiões não aceitam a Jesus como o filho de Deus, o prometido, e ainda hoje esperam sua primeira vinda. Com esta mesma intenção, porém agora entendida de uma modo diferente, com ramos nas mãos aclamamos o Senhor que passa para nos “dar justiça”, ou seja, para nos dar salvação, pois não somos mais escravos do pecado e com Cristo reinaremos para sempre. Este é o reino de Deus: o reino do amor.

            Bendito seja o que vem em nome do Senhor, bendito seja o reino que vem! Hosana no mais alto dos céus! Gritava a multidão. E a mesma multidão que aclama a Jesus é a que condena e crucifica. Na missa, na liturgia eucarística, cantamos este hino que a multidão bradava, e também celebramos Cristo entrando e sendo acolhido por toda a assembléia para logo após doar sua vida e se fazer alimento através da eucaristia. Neste dia o Senhor deixa-nos este exemplo de amor, de paz e de humildade. Este é o nosso Deus!