Salvação- Seu preço foi sangue, sangue de Cristo!

05/03/2010 17:11

 “Talvez estas perguntas estivessem sem resposta em nosso coração, aprisionadas para não afetarem a pouca fé que temos. Nós cristãos, se nelas pensamos, não deveríamos ter guardado-as, e sim procurado nos aprofundar mais à procura de respostas. Pois não há pergunta a que nós devamos temer.”

                      

  ·        Mas para nos salvar, por que alguém teria que morrer?

            Nunca houve em tempo algum, antes da morte de Cristo, época em que se pudéssemos ser perdoados de nossos pecados sem oferecermos sangue, sem que custasse uma vida. Pois não havia perdão dos pecados sem oferecimento de sangue. O sangue era o pacto que se fazia com Deus para justificar este tamanho arrependimento e a aliança que através do sangue se faz com Deus (o sangue que nos sustenta, que leva nossa genética, nosso DNA, é o que nos representa por carregar o nosso “eu” em matéria), aliança esta marcada a sangue, líquido disponível a qualquer um que esteja disposto a oferecê-lo, seja seu mesmo ou de um animal para não causar danos ao próprio corpo: “Amai ao próximo como a si mesmo”. Do jeito em que o mundo andava, nem se oferecêssemos todo nosso sangue por nosso perdão seria suficiente para alcançá-lo, nem haveriam cordeiros suficientes para todo aquele que quisesse purificar-se. Seria um massacre à vida e à natureza, e a palavra do homem não merecia mais crédito. Deus, pois, chamou um homem chamado Noé, e a ele deu sua missão:

“E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra. Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra.”

Houve uma enchente sobre a terra, e sobreviveram somente Noé, sua família e um par de animais de cada espécie. Prometendo Deus que não repetiria o ato, dependera somente de nós alcançarmos o seu agrado e merecermos a sua confiança- Mas o ser humano continuara pecando,era de sua natureza, porém descontroladamente, e o sangue sinal de vinculo e ligação com Deus, não era mais digno de aliança, agora que derramado sobre a terra de modo inútil e erradamente- desta vez era preciso um sangue mais precioso, que fosse capaz de expiar (pegar para si) todos os pecados da humanidade e morrer com eles para destruí-los de uma vez. Sangue assim, só mesmo o do próprio Deus. 

·        Salvar-nos de quê? Do pecado? Mas como, se continuamos pecando? 

Para aproximar-nos de Deus, o próprio Deus fez-se carne, habitou entre nós, expiou para si nossos pecados, entregou-se ao pai e morreu por nós. Sim, o Cristo veio para salvar-nos do pecado, e com isso, aproximar-nos de Deus. Era esta a missão: O amor de Deus por nós não suportava que estivéssemos tão longe dele através do pecado; ele queria aproximar-se de nós e ser pai, pastor e amigo- atitude comum entre nós quando gostamos de alguém- abrindo mão do próprio filho para estreitar estes laços conosco.

Veio também salvar-nos para que próximos dele venhamos, ao sairmos desta vida mortal, morar junto a ele em seu reino, pois nem sempre foi assim: antes da morte de Cristo, o local para onde as almas iam após a morte corporal era um só: sejam bons ou maus, todos habitavam juntos, todos iam para a Mansão dos Mortos- esta era a única morada para aqueles que partiam desta vida. Com a morte de Cristo, o véu do templo rasgou-se, o reino dos céus foi aberto como sinal de presente àqueles que na terra foram justos e procuraram sempre estar próximos de Deus.

            O que diferencia Deus dos outros “deuses” é principalmente um ato que somente o próprio poderia impor: Liberdade como filhos de Deus. Livrando-nos do pecado e inaugurando para nós um novo reino em que possamos habitar (os justos) após a morte corporal. Mesmo salvando-nos é de nossa natureza- desde Adão e Eva que escolheram desobedecer a Deus, tentados por uma serpente a comer do fruto que Deus lhes havia proibido- continuar no pecado. Deus nunca iria obrigar-nos a fazer somente o que ele desejasse, pois isso não seria atitude para com seus filhos, mas para com escravos. Pecando continuaremos, porém nós, banhados e almejados pelo sangue do cordeiro, devemos procurar evitar grandes erros e estarmos sempre conciliados com Deus através da missa, da oração e da confissão, e com isso, não se afastarmos Dele. Pois, antes de tudo, a morte de Cristo serviu para reconhecermos o amor que Deus tem por nós- coisa que já estava desconhecida- e amarmos mais também a nós, para que obtendo este conhecimento venhamos a evitar exageros. Pois se pecamos é porque queremos, não somos mais ingênuos. Porém, ao ímpio, não habitará após a morte no mesmo local do justo, mas ao que anda na vontade de Deus, grande será sua recompensa no reino que lhe é próprio: no Reino dos Céus.

Salvação- Purificação. Renascimento. Ajudar ao que anseia por socorro.Aproximação. Libertação. (Fonte- Josinaldo Alves) 

·        Não houve validade? O Cristo há de morrer outra vez?

Porém, de nada foi em vão a morte de Cristo:

Antes da morte de Cristo:

-Tinha-se o conhecimento de um Deus vingativo, justiceiro, olho por olho- dente por dente;

-A fé em Deus já estava quase fracassada, já que pelo pecado o homem estava longe de Deus;

-As religiões da época mal conheciam a Deus, entendiam seus propósitos por outro lado;

-A Mansão dos Mortos era o abrigo em que as almas boas e más encontravam após a morte;

-Ninguém se sentia amado por Deus, e sim perseguido, com medo do próprio;

-Viviamos em pecado, não medíamos consequências.

Após a morte de Cristo: 

-Tem-se conhecimento de um Deus amável, que faz justiça, (justiça= salvação);

-A fé em Deus se renova no gesto de salvação e amor nos dado por ele;

-A maior religião do mundo (Catolicismo), prega a verdade de Deus, conhece bem os seus planos;

-Foi-se instaurado o Reino dos Céus, para que o justo não morresse, mas encontrasse a paz eterna;

-Todos nós tomamos conhecimento do amor de Deus e de sua preocupação para conosco;

-Fomos libertados do nosso pecado e o perdão nos é sempre garantido quando o buscamos verdadeiramente.          

            Pois através da morte de Cristo nós podemos perceber que Deus nunca nos abandonou. Ficou mais fácil encontrar a Deus e manter nossa missão enquanto na terra: ficar sempre próximo de Deus, (lembrando-se também que Deus está no próximo, no irmão pobre, no prisioneiro, na viúva, no órfão, e devem ser lembrados e cuidados pela comunidade).

Vale lembrar- O Cristo morre e também ressuscita a cada missa, mesmo que não vejamos. A salvação não tem fim- o Cristo continua nos salvando- e através da eucaristia somos chamados a fazer parte de seu reino. Dá-se pois, o processo de Redenção: O Cristo morre para limpar nossos pecados. Dizemos que estamos salvos quando: O Cristo morre para limpar nossos pecados, nós aceitamos esta salvação e habitamos o Reino dos Céus (ou seja, redenção é apenas a expiação de nossos pecados, salvação é o processo completo).

            Após a morte de Cristo, muitos mártires surgiram derramando seu sangue por sua palavra, foram atraídos à Deus vários povos, é grande o número dos que testemunham sua fé, Deus mantém-se próximo de seu povo a fim de falar com alguns, operar sinais e milagres, mesmo que não estejamos percebendo.

            Nossa missão é fazer valer o sangue precioso de Cristo derramado por nós, honrarmos a nossa salvação já garantida por Jesus e participarmos das missas realizadas a cada domingo e à cada festa e solenidade litúrgica realizada na nossa comunidade, pois na missa é Cristo que morre, nos purifica e ressuscita para a remissão de nossos pecados e para a nossa alegria verdadeira. Levemos ao mundo esta certeza de amor que nosso Deus tem por nós!

            Com Cristo não morremos, mas ressuscitamos no último dia: fruto de nossa salvação!

Pois por ele fomos libertos do pecado: o perdão nos é dado quando desejarmos, sem que haja nenhum sacrifício, somente o sim de si mesmo. Com Cristo todos morreram, e com ele todos ressuscitaram!

“Em verdade, em verdade vos digo, se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas, se morre, então produz muito fruto” (João 12, 24).

·        Cristo era Deus, ele morreu mesmo, ou só se manteve desmaiado por três dias? 

O Cristo verdadeiramente morreu, desceu até a Mansão dos Mortos, para onde iam as almas após a morte (boas e más). Porém ao terceiro dia foi glorificado. Sendo Deus, depois da morte, após três dias, assumiu forma gloriosa (corpo sem limite ao tempo nem ao espaço), realiza suas aparições (aparece a Maria Madalena, entra na casa de portas fechadas, aparece aos discípulos de Emaús, etc.), deixando aos seus a missão de evangelização e cura e após isso sobe aos céus (onde está sentado à direita do Pai).

Ascensão- Subida aos céus. Elevação. Erguimento. Exaltação. Glorificação(Fonte- Josinaldo Alves)

Vale lembrar- O sacrifício do cordeiro exigia que o mesmo fosse morto, pois somente assim os pecados estariam confirmadamente destruídos. Tomando para si nossos pecados, Cristo com certeza haveria de nascer de novo para purificar-se à nós e à si mesmo. Portanto, morreu e ressuscitou.

“Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu  a seu tempo pelos ímpios.” (Rm 5, 6)

“Deus prova o seu amor conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.”(Rm 5, 8)

“Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Rm 8, 34)

                

·        Se todos fomos salvos, porque alguns vão para o inferno? 

Pois mesmo sabendo o quanto custou o preço da nossa libertação do mal (o sangue do próprio Deus) e a instauração de um reino para o que caminha em sua vontade, alguns negam a salvação que lhe foi dada gratuitamente. Deus não obrigaria a este amá-lo, aceitá-lo como pai, pastor e amigo e à salvação que ele oferece (falando da salvação da alma- a alma do justo não se perde após a morte, ganha o Reino de Deus para que repouse em paz- está é a melhor coisa que há e que a terra nunca poderia nos oferecer, é a melhor salvação que Deus tem para nos oferecer. Pois no céu, com Ele, nunca nos distanciaremos). Deus não expulsa ninguém do céu, nem tampouco diz: “Aqui você não pode entrar!”, é a própria alma do ímpio que não aceita Deus e àquele lugar, o estado do seu espírito (que por certo impuro e cheio de maldades e atos perversos sobre a terra) não condiz ao local, não possui os critérios estabelecidos para habitá-lo (uma alma limpa, humilde e bondosa, que ame 1º. à Deus, 2º. à seu próximo e 3º. à si mesmo) e não sente-se digna de estar naquele local: é o próprio ser, que no seu estado de espírito, não consegue habitar em um reino onde o que reina é a bondade, o amor e operdãoé ele mesmo que nega e se retira

Inferno- Prisão. Estado de Espírito. Local da morte e da maldade, onde há choro e ranger de dentes. Morada do ímpio e do insensato, que praticou o mal sobre a terra e que não mostrou amor por seu próximo. Fogo, maldição, onde se dá o efeito sobre os atos terrestres do corpo e onde a alma do mal acertará suas contas. (Fonte- Josinaldo Alves)  

“Pelo que, os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos. Porque o Senhor conhece o caminho dos justos; mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sl 1, 5-6) 

“Pois a salvação custou caro: o sangue do próprio Deus. Valorizemos pois, este ato de amor infinito! Aceitemos a salvação que Jesus, o Senhor, nos oferece: pois ele é nosso sim, nosso caminho, nossa verdade e nossa vida.”

                                                                                                              Josinaldo Alves Filho